Em janeiro, Sorocaba comprou US$ 33,8 milhões da China. O país aparece em primeiro lugar entre os fornecedores das empresas sorocabanas no mercado internacional. A participação chinesa nas importações de produtos ‘made in Sorocaba, quando comparada com o mesmo período de 2009, teve crescimento de 42,21%. No ano passado, durante este mesmo período, a China vendeu US$ 23,6 milhões para Sorocaba. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e mostram que no primeiro mês do ano, a cidade, com relação a janeiro passado, registrou alta de 19,83% nas importações e queda de 24,53% nas exportações.
Nas importações, agora em janeiro, a cidade somou US$ 130,27 milhões, contra US$ 108,71 milhões registrados no mesmo período de 2009. O câmbio estabilizado é um dos motivos para o aumento nas importações feitas pelas empresas da cidade. Quando a comparação é feita com o mês de dezembro, o cenário também é de alta e, neste caso, o crescimento é de 7,47%. Sorocaba fechou o ano passado com US$ 121 milhões em importações.
Sobre a liderança chinesa no campo das importações, o vice-diretor do Centro das Indústrias de São Paulo (Ciesp), Erly Domingues de Syllos, afirma que este cenário já era esperado. Segundo ele, a política tributária e trabalhista daquele país permite que as empresas chinesas ofereçam produtos a preços mais competitivos. Uma outra consequência deste cenário é a entrada da China em mercados atendidos pelas empresas brasileiras. Com preços mais atraentes, não é difícil que a Argentina, por exemplo, prefira comprar da China do que do Brasil, argumentou ele lembrando os chineses são grandes importadores de matéria-prima que manufatura e exporta como produto acabado.
Para evitar que o quadro prejudique a economia brasileira, Syllos, afirma que o Ciesp trabalha junto ao governo pleiteando mais agilidade na liberação do dinheiro das exportações. Outra ferramenta possível para aumentar a competitividade dos produtos nacionais é diminuir a carga tributária.
O segundo lugar entre os fornecedores ficou com a Alemanha de quem as empresas locais compraram US$ 19,47 milhões. Os valores são livres de taxas e tributações. Entre os produtos mais importados, circuitos integrados, aparecem em primeiro lugar somando mais de US$ 5 milhões.
Exportações, queda de 24,53%
De acordo com os dados ministeriais, as exportações sorocabanas, no primeiro mês do ano, somaram US$ 55,35 milhões. O desempenho foi 24,53% menor se comparado com o mesmo período do ano passado, quando as empresas da cidade venderam US$ 73,3 milhões ao mercado externo. Se a comparação for feita com dezembro, a queda foi de 44%. Naquele mês, as empresas locais exportaram US$ 98,92 milhões.
A queda nas exportações, afirma Syllos, é consequência dos contratos que ainda estavam vigentes em janeiro passado. O vice-diretor regional do Ciesp explica que as negociações internacionais têm um período considerável de vigência. Assim, em janeiro passado, apesar da crise na economia, muitos contratos ainda estavam em andamento e, por isto, o resultado nas exportações daquele ano foram mais altos. Não se ganha mercado do dia para noite. Além dos Estados Unidos, os principais países que compram do Brasil estão na Europa e todos ainda estão se recuperando, comentou Syllos.
Na lista de produtos mais vendidos pelas empresas locais, partes de motores e geradores ocupam o primeiro lugar sendo responsável por 7,34% do total exportado. A venda desses produtos no mercado externo somou mais de US$ 4 milhões mas, apesar disto, na comparação com janeiro passado, o desempenho da comercialização desses produtos amargou queda de 83,8%. Naquele ano foram exportados US$ 24.276.144.
Condutores elétricos e partes de máquinas ocupam as segunda e terceira colocações, respectivamente. Em quarto lugar e com crescimento de 251,76% aparecem as exportações de impressora jato de tinta. Este produto, em janeiro, representa 6% do total vendido no mercado externo e somou US$ 3.366.144.
Negócios com hermanos
A Argentina comprou 20,68% da produção sorocabana voltada para o mercado internacional. Os hermanos levaram US$ 11,4 milhões em produtos. A participação do país vizinho, comparando com janeiro de 2009 registrou aumento de 33,51%. Os Estados Unidos aparecem em segundo lugar sendo o destino de 14,57% das exportações. A terra do Tio Sam comprou US$ 8 milhões de Sorocaba.
A participação dos Emirados Árabes Unidos também aparece com destaque em janeiro. Ocupando o 8º lugar no ranking das exportações, a cidade exportou US$ 2,1 milhões para este país. O valor representa aumento de 845% com relação a janeiro passado quando as transações comerciais somaram US$ 222 mil.
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul (23/02/2010)